Mars One: Um projeto que quer fundar uma colônia em Marte no ano 2023
Por: Fábio Araújo
Um empresário holendês que desde a infância é apaixonado por viagens espaciais quer fundar um assentamento humano em Marte no ano de 2023. Para isso está produzindo o projeto Mars One.
Esse projeto tem como objetivo recrutar os participantes da missão em 2013 e então submetê-los a uma simulação rigorosa e treinamento durante uma década.
Bas Lansdorp, de 35 anos, fez fortuna vendendo ações de sua companhia de energia eólica e agora lançou o projeto Mars One, que pretende ser um programa que mostra desde o processo de recrutamento dos exploradores, a viagem para o planeta vermelho e o estabelecimento da colônia em Marte. O empreendedor quer fazer um reality show nos moldes do Big Brother tendo como tema uma viagem à Marte.
Em uma declaração divulgada na internet, os criadores do projeto afirmam que, com os US$ 6 bilhões (mais de R$ 12 bilhões) gerados graças ao maior espetáculo de televisão já realizado, a equipe conseguirá o conhecimento e os recursos necessários para estabelecer uma colônia permanente em Marte.
Bas Lansdorp afirma que a solução para passar na frente dos cientistas da Nasa é simples.
"Não vamos trazê-los de volta. É uma passagem só de ida. Eles vão passar o resto da vida em Marte."
Mesmo com esta perspectiva, o projeto Mars One espera receber milhões de inscrições.
Para o correspondente de ciência da BBC Jonathan Amos, o projeto tem grandes desafios.
"Mesmo um pequeno grupo de astronautas terá que levar um grande carregamento de suprimentos. Mesmo se eles planejaram usar os recursos locais em Marte, levará tempo até que eles encontrem estes recursos e comecem a exploração", disse.
A maior crítica observada nos fóruns de discussões online e também por Amos é que o projeto Mars One ainda não reconheceu outro risco, o da radiação.
Na Terra, a população está protegida das partículas perigosas do Sol graças a um campo magnético.
Mas, a equipe que viajará para Marte não terá o campo magnético.
"Eles ficarão expostos a uma taxa enorme de radiação ionizante. Sem um habitat resistente (a esta radiação) em Marte, o câncer os matará dentro de um ano", disse Amos.
A repercução desse projeto está enorme mundo a fora pela web. A página do projeto no facebook já conta com mais de nove mil curtições e o seu vídeo de apresentação no Youtube já conta com quase mil visualisações em poucos dias, além de vários fóruns que discutem o assunto pela internet tanto aqui no Brasil como em outros países.