O iPad evolui: O que muda no novo iPad 3

18/05/2012 11:15

Torna-se, a primeira vista, difícil notar a diferença entre o novo iPad e o iPad 2. Primeiro, porque o design do produto não mudou em praticamente nada: o novo iPad tem o mesmo corpo metálico de linhas suaves e a pesada frente de vidro resistente a marcas de dedos do iPad 2. É um tiquinho mais espesso e pesado, mas nada que se note no dia a dia - tanto que segue compatível com as capas e demais acessórios da segunda geração.

Em termos de desempenho, a agilidade do sistema ao abrir um novo aplicativo ou alternar entre os que já estão rodando é perceptivelmente maior do que no iPad original, mas não parece diferente do iPad 2. Compreensível, já que a base do processador do novo iPad é a mesma, exceto pelo novo chip gráfico de núcleo quádruplo, necessário para suprir as necessidades da supertela.

A tela “Retina”                                                            

O destaque do novo iPad, exaltado em toda a propaganda da Apple, é, sem dúvida, a tela “Retina”. Com resolução de 2.048 x 1.536 pixels, ou 3,1 megapixels, ela é quatro vezes mais densa que a dos modelos anteriores. Há um milhão de pontinhos a mais do que numa TV Full HD 1080p, em uma tela pelo menos dez vezes menor. Em termos de densidade de pixels, só perde para a dos iPhones 4 e 4S, que inauguraram o conceito de "retina".

Detalhe da resolução do iBook no novo iPad 3 (Foto: Julio Preuss)

Na prática, isso quer dizer que não se conseguem mais enxergar pixels individuais a olho nu, dando às imagens uma aparência de página impressa, sem qualquer serrilhado nas curvas e diagonais. De fato, a diferença é perceptível quando seguramos um iPad antigo e o novo lado a lado, principalmente nos detalhes dos ícones e em telas de texto como as do iBooks.

Embora seja mais fácil notar a diferença nos textos, o aumento da resolução também é vantajoso para os jogos com visual 3D já atualizados para ela, como o Infinity Blade II e o Real Racing 2 HD, e é especialmente benéfico na manipulação de imagens – vide a coluna sobre o potencial do tablet como acessório para fotógrafos, onde analisamos os prós e contras da câmera de 5 megapixels com sensor retroiluminado do novo iPad.

Câmera do novo iPad 3

Em tempo: isso só vale para a câmera traseira, que a Apple chama de iSight, pois a câmera frontal, usada nas videoconferências via FaceTime ou Skype, manteve a resolução VGA (640 x 480 pixels) do modelo anterior. Como, na maioria dos casos, as fotos mais importantes são tiradas com a câmera iSight, isso não chega a ser um problema.

Voltando à tela, também não dá para dizer que a do “velho” iPad é ruim. O site Gizmodo andou mostrando o iPad 2 para uns desavisados como se fosse a terceira geração e a maioria se disse impressionada com a qualidade das imagens.

Tudo tem seu preço

Para viabilizar o aumento de 300% na resolução, a Apple precisou “turbinar” o subsistema gráfico do iPad e equipá-lo com mais memória RAM. Tudo isso é embutido no que se costuma chamar de “sistema em um chip”: o processador A5x, no caso do novo iPad, sucessor do A5 do iPad 2. Como as melhorias foram todas voltadas para o aspecto gráfico, acaba que, de resto, as duas versões se equivalem.

Processador do novo iPad 3

Da mesma forma, o processamento gráfico vitaminado e o simples fato de precisar iluminar muito mais pixels fez com que o consumo elétrico do novo iPad fosse às alturas. Sua bateria tem uma capacidade 70% maior que a do iPad 2, mas dura a mesma coisa. Na verdade, foi por causa da necessidade de aumentar o tamanho da bateria para manter a autonomia de 10 horas que o novo iPad ficou discretamente maior e mais pesado, como mencionamos no início desta avaliação.

Infelizmente, a bateria maior acaba demorando mais para carregar e pode esquentar durante o processo – a primeira grande crítica ao novo iPad. Em nossos testes, o aquecimento não chegou a ser um problema, mas o tempo de recarga, sim. Praticamente obrigou a tratar o tablet como um smartphone que precisa ser ligado na tomada toda noite, durante a noite inteira, para aguentar o uso de um dia.

Espessura do novo iPad 3

Isso também aumenta a importância de se usar o carregador de tomada incluído no pacote do iPad, junto com o cabo USB. Explica-se: apesar de os conectores USB do computador e o próprio carregador de um iPhone ou iPod também poderem ser usados para recarregar o iPad, eles só provêm 5W de força - a metade do que o carregador que vem com o tablet é capaz de oferecer. Em outras palavras: carregar via computador pode demorar o dobro do tempo, e isso agora faz diferença.

Conclusão

O novo iPad é mais do mesmo. Mais resolução (tanto na tela quanto na câmera), mais processamento, mais memória e, na versão LTE, mais velocidade no acesso via rede celular. O design é rigorosamente o mesmo do iPad 2, mas ainda não dá sinais de estar ultrapassado, e a bateria até tem mais capacidade, mas dura a mesma coisa.

Por conta disso tudo, o tablet da Apple representa uma melhora do que já era ótimo, mas não chega a ser uma revolução – e não soluciona coisas como a ausência de um leitor de cartões de memória. O preço, que também não mudou, é alto se comparado ao de um notebook. A julgar pelas vendas, no entanto, parece ser justo para o que ele oferece.

Ficha Técnica

 

Tela:

9,7 polegadas

Resolução de tela:

2048x1536

Sistema operacional:

iOS 5

Processador:

A5X

Memória RAM:

1 GB

Armazenamento:

16, 32 ou 64GB

Conectividade:

Wi-Fi 802.11a/b/g/n, Bluetooth 4.0 e LTE opcional

Dimensões:

24,1 x 18,6 x 0,9 cm

Peso:

662 g

Autonomia de bateria:

até 10 horas

Itens inclusos:

cabo USB e carregador de 10W